A mais esperada estreia no mundial, a da Espanha, também se transformou na maior surpresa até agora, em termos de resultado. Não se pode dizer que a “Fúria” fez um mau jogo, pelo contrário, jogou dentro de suas principais características: posse de bola, constante movimentação e sucessivas infiltrações dos homens de trás. Porém, esse futebol bem jogado, hoje, não foi suficiente, como todos nós esperávamos, para superar uma verdadeira retranca, esta sim muito bem executada pela seleção da Suíça.
É importante ressaltar que a Suíça completou o seu quinto jogo seguido, sem sofrer gol em Copas – incluindo os quatro jogos que disputou em 2006, na Alemanha. Isso deixa claro que existem muitas maneiras diferentes de brigar pela vitória e as duas maneiras distintas que foram escolhidas por Espanha e Suíça, comprovaram esta tese na prática. Os suíços têm plena consciência de que só poderiam tentar vencer os espanhóis jogando da maneira como jogaram. Provavelmente, ao se enfrentarem dez vezes, irão perder oito – mas continuarão pensando da mesma maneira, por saberem de suas características e limitações.
A derrotada Espanha continuará jogando da mesma maneira, até porque conquistou o título da última edição da Eurocopa e a classificação para a África do Sul, jogando assim.
Podemos ter nossas preferências sobre esta ou aquela maneira de jogar, mas devemos respeitar as escolhas de equipes e seus respectivos técnicos, porque soaria como uma certa prepotência pensarmos que sabemos mais de futebol do que todos eles que estão realizando o trabalho de preparação destes grupos, há anos.
A Suíça jamais vencerá a Espanha tentando jogar como os espanhóis jogam. E a obrigação do técnico Ottmar Hitzfeld é tentar vencer a partida que pode vir a ser a da sua classificação na fase de grupos e não dar uma demonstração de suas preferências sobre futebol.
O futebol está sempre nos mostrando a necessidade de extremos cuidados. A Espanha iniciou a Copa como uma das favoritas e agora precisa vencer os dois jogos seguintes para não ficar de fora das oitavas-de-final.
Outra decepção da tarde foi a derrota da África do Sul, pelo significado do resultado para os anfitriões. Restará aos sul-africanos, torcerem pelo Brasil e sua adesão será bem vinda.
Amanhã, a Argentina volta a campo e veremos se o primeiro resultado virá acompanhado de alguma evolução consistente. O adversário, a Coréia do Sul, fez uma boa estreia e joga um futebol de alta velocidade. A defesa dos “hermanos” não inspira confiança.
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